terça-feira, 13 de novembro de 2007

Olhei-me no espelho frio

olhei-me no espelho frio Tão nua, pensei
e deixei as vestes dos dias correr suave
pela pele Massacrada, a minha pele
ferida. e a minha púbis Sarça
Ardente e tão virgem inesperadamente
fendida pelo nosso amor: duas mulheres
ofegantes de carícias As tuas tão cruéis.

o meu olhar Frio no espelho Tão feio
este reflexo. pobre fêmea nua defronte
de si. vejo-me no espelho. nua. a pele
ferida e no meu lugar Vejo um homem.
olhou-se no espelho frio Tão feio, pensou.


Igor Lebreaud

Sem comentários: