sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Esquissos

traçados na margem esquecida
da folha suja
espreguiçámos demónios e
tingimo-nos de rascunhos que sonhámos
(nós ou ele? que sonho é sonho de quem?)

e as letras em fila formando
palavras de mil faz-de-conta
troçaram de nós,
rabiscos na margem esquecida
da folha perfeita
do conto em que éramos
aparte.

e tu riste.
e eu contigo.

dançámos por entre as letras,
quebrámos palavras e
sua sintática perfeição
porque na margem esquecida
da folha banal
em que nos esboçaram
nasceu todo um livro.

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