quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Inverno

soprou na vela e: ele: tombou já frio
mas: o silêncio do seu corpo
não se fez ouvir e ela: tomou a vela no seu
colo: que se roçou ofegante na cera fálica:
já fria. e ele quis gritar e:
fazer-se ouvir: maior que o fogo apagado:
e ela de vela apagada: sorrindo: surda
ao silêncio do homem tombado: já frio

(quando se erguer e tropeçar no corpo: dele:
já nenhuma chama: e a cera: cansada:
impossível.) faz frio

1 comentário:

Anónimo disse...

quando venho visitar o eterno passageiro saio sempre com uma angustiazinha: não saber pintar ou desenhar, pois é sempre o que me apetece fazer quando leio as suas palavras...
cassamia