sábado, 8 de dezembro de 2007

Árvores de Vidro [Elegia]

às vezes O amor morre.
nem sempre se nota: permanece De pé,
guerreiro que nem a morte derruba,
Árvore de Vidro em campo de betão.
às vezes Muitas vezes O amor morre
e nem ele sabe.
insiste na vida, exige-se Eterno
(o amor não sabe que as folhas tombam no outono).
às vezes Se o amor morre
tenta respirar e massajar o peito.
diz Arranca o preto do cinza e banha-te na luz
mas respondes É tarde para cores tão nuas
e o amor sabe que sim. no fundo sabe que sim.
às vezes Quantas vezes O amor morre
e nem lhe fazem funeral.

[Passa-me a enxada]


Igor Lebreaud

3 comentários:

nonsense disse...

Eu ajudo-te:
-Qual carpideira, brado aos céus.
-Silêncio.
-Lanço o último pedaço de terra,em slow motion.

Escolhe.

Anónimo disse...

que lindo igor... e como O compreendo. como O compreendo.

cassamia

Igor disse...

Nonsense, acho que escolho a última. Um pouco de vento, ameaça de chuva. Um olhar em silêncio.
É mais cinematográfico..